Jogo do bicho: deputado Neno Razuk é condenado a 15 anos por organização criminosa em MS

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Jogo do bicho: deputado Neno Razuk é condenado a 15 anos por organização criminosa em MS
Jogo do bicho: deputado Neno Razuk é condenado a 15 anos por organização criminosa em MS (Foto: Reprodução)

g1 em 1 Minuto Mato Grosso do Sul: pai e irmãos do deputado Neno Razuk são presos O deputado Roberto Razuk Filho (PL-MS) e outras 11 pessoas foram condenados por associação a uma organização criminosa ligada ao jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. A decisão é da 4ª Vara Criminal de Campo Grande, na segunda-feira (15). Segundo a decisão judicial, Roberto Razuk Filho foi condenado a 15 anos e 7 meses de prisão e poderá recorrer em liberdade. Além do deputado, foram condenados também empresários, estudantes e assessores parlamentares ligados à organização criminosa que controlava o jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp ➡️🔎O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) denunciou em 2023 o deputado estadual Neno Razuk e outras 11 pessoas pela participação em uma organização criminosa ligada ao jogo do bicho. A acusação foi apresentada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), que aponta a prática de crimes como roubo majorado, exploração de jogos de azar e corrupção. Segundo o MPMS, investigações e relatórios reunidos no processo indicam que o parlamentar teria ampliado sua atuação em Campo Grande após a queda da família Name, antigo grupo que controlava o jogo do bicho na capital. O Gaeco destaca ainda que a exploração de jogos de azar favorece crimes como lavagem de dinheiro, extorsão e até homicídios, classificando a atividade como altamente prejudicial à sociedade. Além do deputado, foram condenados: Gilberto Luis dos Santos – 16 anos, 4 meses e 29 dias de reclusão, em regime fechado. Ele já está preso; Manoel José Ribeiro – 13 anos, 7 meses e 1 dia de reclusão, em regime fechado; Ele já está preso; Carlito Gonçalves Miranda – 10 anos, 9 meses e 24 dias de reclusão, em regime fechado. Não tem o direito de recorrer em liberdade. Ele está foragido; José Eduardo Abduladah – 4 anos e 1 mês de reclusão, em regime fechado. Deve continuar em prisão domiciliar; Edilson Rodrigues Ferreira – 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto. Segundo a Justiça, ele terá o direito de recorrer em liberdade; Diogo Francisco – 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto. Ele terá o direito de recorrer em liberdade; Valnir Queiroz Martinelli – 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; Ele terá o direito de recorrer em liberdade; Wilson Souza Goulart – 4 anos, 2 meses e 22 dias de reclusão, no semiaberto; Ele terá o direito de recorrer em liberdade; Júlio Cezar Ferreira dos Santos – 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; Ele terá o direito de recorrer em liberdade; Taygor Ivan Moretto Pelissari – 4 anos, 11 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade. Ele está foragido, segundo a Justiça; Mateus Aquino Júnior – 11 anos e 7 meses de reclusão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado; O que dizem as defesas Deputado Neno Razuk Reprodução O g1 tentou contato com a defesa de todos os condenados. Veja abaixo o posicionamento de cada um. Francisco di Paula Veloso Chagas, advogado de Diogo Francisco, condenado a 3 anos e 6 meses de prisão, informou que a sentença continua em análise. "Vamos analisar a sentença na íntegra, apesar de ter observada a condenação, apesar da condenação foi devida. A Justiça foi feita. Dentro do prazo recursal, vamos ver a viabilidade se é plausível ou não". A defesa dos acusados Taygor Ivan Moretto Pelissari e Mateus Aquino Junior, que seguem foragidos, esclarece que o magistrado que proferiu a sentença não foi o mesmo que, anteriormente, havia revogado as prisões no curso do processo de ambos acusados. Houve substituição na titularidade do juízo no momento em que os autos já se encontravam conclusos para sentença. A defesa respeita a decisão proferida, mas ressalta que o caso ainda será objeto de análise pelas instâncias superiores, onde os fundamentos adotados poderão ser devidamente reavaliados. Já as defesas de Valnir Queiroz Martinelli e José Eduardo Abdulahad não retornaram o contato. O g1 segue tentando contato com as defesas de Roberto Razuk Filho, Gilberto Luis dos Santos, Carlito Gonçalves Miranda, Manoel José Ribeiro e Edilson Rodrigues Ferreira. Entenda sobre a condenação Em 2023, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) denunciou o deputado estadual Neno Razuk e outras 11 pessoas por envolvimento em uma organização criminosa ligada ao jogo do bicho. Na épica, Neno foi apontado como o chefe por “constituir uma organização criminosa dedicada à prática dos crimes de roubo majorado, exploração de jogos de azar, corrupções, entre outros”. Ao longo das páginas do processo, o Gaeco apresenta relatórios e elementos que ligam o deputado estadual ao jogo do bicho. Para o MPMS, Neno Razuk "conquistou" espaço em Campo Grande após a queda da família Name, antiga detentora do comando do jogo do bicho na capital. "A exploração de jogos de azar, em especial o jogo do bicho, fomenta naturalmente a prática de crimes como corrupção, extorsão, lavagem de dinheiro, homicídio, até mesmo para garantir o próprio funcionamento do ilícito, tratando-se de atividade extremamente maléfica à sociedade, como visto em episódios semelhantes ocorridos em todo o território nacional", detalha parte do documento acessado. Segundo a investigação do MPMS, o deputado tinha o controle das máquinas usadas no jogo do bicho no interior e em Campo Grande. Após a prisão de Jamil Name e Jamil Name Filho na Operação Omertà, Razuk teria entrado na disputa pelo comando da contravenção em Campo Grande. Ainda conforme o Gaeco, nessa disputa por espaço a organização criminosa que seria comandada pelo parlamentar teria participado de uma série de roubos à mão armada, cometidos durante o dia e no centro da cidade. A apuração aponta que os crimes tinham o objetivo de cooptar seguranças de uma quadrilha rival que também disputa o controle do jogo do bicho em Campo Grande. Dinheiro apreendido em operação Gaeco/ Divulgação Prisão do deputado e familiares No fim de novembro, o pai e os irmãos do deputado estadual Neno Razuk foram presos durante a quarta fase da Operação Successione, que investiga o jogo do bicho. Rafael e Jorge Razuk estão custodiados no Presídio de Dourados. Os familiares do parlamentar foram presos em Dourados, segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul. Segundo o MPMS, foram apreendidos mais de R$ 300 mil, armas, munição e máquinas usadas para registrar apostas do jogo do bicho. Devido à idade avançada, o empresário e ex-deputado Roberto Razuk cumpre prisão domiciliar. Nesta terça-feira, ele passou mal e precisou ser hospitalizado. A defesa segue pedindo a liberdade total de Roberto e dos filhos. Veja vídeos de Mato Grosso do Sul